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ConheƧa as obras do primeiro domingo de festival

Atualizado: 31 de out. de 2023



15h


Panorama de Juazeiro (2003), de JosƩ RƓmulo Mesquita

Duração: 12'44"


Peça produzida a partir de gravações de campo e entrevistas realizadas em romarias, entre os anos de 1997 e 2003. Reunindo adeptos de Madrinha DodÓ, a Banda de Pífanos da cidade de Santa Brígida (Bahia) foi gravada em frente à Basílica SantuÔrio Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte (CearÔ), partindo em procissão. Na obra, também se escuta um vendedor de cordel vendendo folheto sobre a vida de Padre Cícero e trechos da Despedida do Romeiro, conduzida por Padre Murilo, grande animador das celebrações de Juazeiro do Norte. Entre as romarias registradas estão as de fim de ano, como a grande Romaria de Finados. Nas viagens, o autor teve a companhia e parceria da jornalista Eleuda de Carvalho, que, como ele, foi produtora radiofÓnica na UniversitÔria FM 107,9, em Fortaleza. Na emissora, José RÓmulo Mesquita trabalhou a partir de 1982, produzindo o programa Reouvindo o Nordeste.



Aqui tem laranja, aqui tem ovos graĆŗdos (2023), de be guimaraes

Duração: 01'43"


Esta obra faz uma mixagem de sons característicos da cidade de Santo Amaro, na Bahia. O som do carro do ovo, de mÔquinas, de cavalos, do bem-te-vi e de outras fontes se misturam ao tradicional bumbo do pagodão baiano. Sensações de identificação são provocadas tanto na população local quanto em pessoas de outros lugares com paisagens sonoras semelhantes, em que os carros de som têm importante função na informação e comunicação social. Bernardo Guimarães (be guimaraes) é artista e produtor musical de Niterói, no Rio de Janeiro. Em 2023, passou a morar em Santo Amaro para cursar Produção Musical no Centro de Cultura Linguagens e Tecnologias Aplicadas, na Universidade Federal do RecÓncavo da Bahia (UFRB). Músico de palcos e bandas, o artista vem se dedicando a paisagens e artes sonoras alinhadas com uma nova concepção de performance.



i-131 (2017-2023), de ValƩria BonafƩ

Duração: 13'00"


i-131 Ć© um isótopo radioativo de iodo, com meia-vida de 8 dias. No dia 10 de setembro de 2017, ValĆ©ria BonafĆ©, autora da obra, ingeriu duas cĆ”psulas dessa substĆ¢ncia, totalizando uma dose de 150 milicuries, como tratamento auxiliar após um procedimento de retirada de carcinoma papilĆ­fero na tireóide. ValĆ©ria permaneceu em isolamento total dentro de um quarto por 32 horas, e mais 5 dias em isolamento parcial em casa. A peƧa mistura duas narrativas: uma sobre sua experiĆŖncia individual durante a iodoterapia; e outra sobre sua avó paterna Maria Marques (1921-2007), submetida 26 anos antes Ć  mesma cirurgia e tratamento. ValĆ©ria BonafĆ© Ć© compositora, pesquisadora e professora. Como compositora, colabora regularmente com solistas, grupos de cĆ¢mara, coros e orquestras. Seus trabalhos jĆ” foram apresentados em concertos e festivais em paĆ­ses como Brasil, Alemanha, Ɓustria, BĆ©lgica, CanadĆ”, ColĆ“mbia, EUA, FranƧa, Inglaterra e ItĆ”lia. Ɖ uma das fundadoras da Sonora: mĆŗsicas e feminismos, uma rede feminista que tem promovido aƧƵes de valorização e ampliação da participação das mulheres na mĆŗsica e nas artes.



Sonorola (2023), de Ender Rodriguez

Duração: 01'52"


Experiência onde se ouve cantar os grilos do jardim do artista, na Venezuela. Depois, ele toca a kalimba, instrumento musical africano, e no meio da arte acústica usa a voz, quase imperceptível, para revelar uma musicalidade possível de fala, em voz baixa e misteriosa. Tudo vira composição do experimento sonoro.



Piano Hƶrspiel, estudio (estƔ por llover/estƔ para chover) (2022), de Andrea Cohen

Duração: 16'22"


Esta peƧa parte de uma pergunta (por isso trata-se de um "estudo"): o que Ć© um Hƶrspiel, e que sons o caracterizam? E como envolver o piano como contraponto, nĆ£o só como mĆŗsica produzida pelo instrumento, mas como presenƧa, como identificação? A ausĆŖncia da voz falada em primeiro plano, a sua presenƧa próxima como parte da atividade domĆ©stica, e deambulando pelas paisagens, restaura um mundo imaginĆ”rio, que Ć© o da memória e dos sonhos da artista. A ideia Ć© confrontar dois mundos sonoros: os sons radiofónicos (paisagens sonoras interiores e exteriores) e os sons do piano, que intervĆŖm dentro e fora da situação. "Embora se possa intuir uma história subjacente (povoada de memórias e sonhos), creio que a magia da montagem abre as comportas da imaginação, permitindo uma multiplicidade de leituras possĆ­veis, do anedótico ao abstrato", diz a autora. Andrea Cohen Ć© pianista, compositora e artista de rĆ”dio. CompĆ“s vĆ”rias obras eletroacĆŗsticas e mistas (instrumento e eletrĆ“nica), bem como mĆŗsica incidental para peƧas teatrais e audiovisuais. Ɖ colaboradora regular da France Culture, da Radio France. Nascida em Buenos Aires, na Argentina, Andrea Cohen vive e trabalha na FranƧa.



Purino, o menino que quer ser Super-Herói - Capítulo 03: O sonho, de Vera Lucena, Julia Pascali e Tadeu Ribeiro (2020 a 2023)

Duração: 13'15"


Este projeto radiofÓnico nasceu em 2020, no início da pandemia, junto ao Ponto de Cultura COEPi e à comunidade artística de Pirenópolis, em GoiÔs. A peça conta a história de um menino que vive na cidade de Sutileza. Ele encontra uma Super-Heroína que lhe dÔ instruções de como passar por Sete Leis durante sua vida, até tornar-se um Super-Herói. No terceiro capítulo, Super-Pequi aparece para Purino em sonho. Ele fica animado e vai conhecer o Centro de Artes Canto Guardian com o professor Toskay, iniciando aí suas atividades. A equipe responsÔvel pela produção foi formada por artistas, educadores, pesquisadores, mestres, doutores e estudantes, que juntaram seus saberes em um projeto de múltiplas expressões, construído comunitariamente, tendo ligação com grupos sociais e culturais, e envolvendo a participação do público. Integra literatura, festas tradicionais, cultura popular, dança, teatro, cinema, luteria, edição de mídias e novas tecnologias. O projeto é de autoria de Vera Lucena, atriz, diretora e locutora de rÔdio; de Julia Pascali, atriz, diretora e doutora em Artes pela UNICAMP; e de Tadeu Ribeiro, comunicador social e produtor audiovisual. A primeira temporada é composta por quatro episódios de duração aproximada de 12 minutos. Foi transmitida na RÔdio ComunitÔria Jornal Meia Ponte, de Pirenópolis, no programa de rÔdio COEPi com Você, de outubro a dezembro de 2022.



16h



sound piece : in memoriam decio pignatari (2013), de Janete El Haouli & JosƩ Augusto Mannis

Duração: 20'12"


Peça sonora-poema, homenagem a Decio Pignatari. Ele fez parte do grupo de poetas que concebeu e realizou a poesia concreta no Brasil, na década de 1950. A edição, processamento e montagem eletroacústica de leituras de poemas do autor e de trechos de músicas inspiradas em seus poemas convidam o ouvinte a ouvir a imaginação criativa deste grande poeta. Em sound piece : in memoriam decio pignatari, discursos, poemas, músicas e silêncios interagem e se integram. A composição centra-se na interação de sons, palavras, sons de palavras, palavras que se transformam quando os sons são alterados e com sons que por si só se tornam palavras. O fio condutor da estrutura desta peça foi a obra Noigandres IV (1997) para soprano, clarinete e piano de J.A. Mannis sobre o poema "HOMBRE", escrito por Décio Pignatari e publicado na revista Noiganders nº 4, de onde vem o título da música. A voz de Pignatari ao ler o poema e a música de 1997 tornam-se equivalentes em densidade, em significado e podem ser alternadas, combinadas. A música se desintegra, se transforma e permeia todos os outros poemas incluídos na peça, aglutinando, unindo, ou conectando-se, de diferentes maneiras, a cada um deles. Assim, esta peça sonora apresenta-se como uma criação sonora que reúne poemas concretos falados, depoimentos e canções. Janete El Haouli Musicista é artista sonora e radiofÓnica, produtora cultural e pesquisadora, com ênfase em rÔdio como mídia experimental, voz musical estendida, ecologia sonora e paisagem sonora. José Augusto Mannis é professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), trabalhando principalmente com música contemporânea e composição dos séculos XX e XXI e sonologia.



pƔssaros e gotas fora da bolha (2022), de Lara Lima

Duração: 02'14"


Quando os pĆ”ssaros estĆ£o na chuva, eles se abrigam em Ć”rvores e cantam. Um fenĆ“meno efĆŖmero, o som dos pĆ”ssaros na chuva. Como humanos poderiam ouvir de perto o canto dos pĆ”ssaros que se abrigam da chuva numa Ć”rvore? Talvez, se estivessem dentro de uma bolha de vidro, pudessem se aproximar desse instante sem se molhar, e assim ouvir o canto dos pĆ”ssaros junto ao som das gotas batendo no vidro. A obra pĆ”ssaros e gotas fora da bolha Ć© uma captação sonora realizada em 2022, em uma manhĆ£ chuvosa no campus do Pici da Universidade Federal do CearĆ”. Lara Lima Ć© artista visual e sonora, arquiteta, urbanista e pesquisadora do corpo. Em 2021, teve a videoarte Gameleira exibida no Festival Santo Noise de Arte Sonora, Ruidismo e Experimentação (Argentina), no festival interestadual de mĆŗsica experimental Frestas TelĆŗricas (Brasil), entre outros. Participou do Festival Internacional de Videomapping ABSTRATA com o set TRACEAFERA, performance visual e sonora realizada junto com as artistas Clau Aniz e Loreta Dialla. Em 2023, desenvolveu o desenho de som para o espetĆ”culo Luzia, pesquisa realizada no laboratório de teatro do Centro Cultural Bom Jardim e que circulou tambĆ©m na Temporada de Arte Cearense. Ɖ integrante do coletivo Aterra Flecha, que promove a produção de artistas femininas no estado do CearĆ”. Sua pesquisa e produção artĆ­stica permeiam experimentaƧƵes sonoras e visuais com código criativo, por meio de linguagem de programação com código aberto (Sonic Pi, p5.js, Pure Data, Processing, Tidal Cycles e Hydra), alĆ©m da construção sonora a partir do uso de objetos, paisagens sonoras e de dinĆ¢micas de exploração do corpo/voz.



Ação de Rua: comida solidÔria (2022), de Louis Robin

Duração: 12'06"


A peça é um dos episódios da série Espaço Sonoro, produzida em 2022 por Louis Robin. A obra traz depoimentos de entrevistados em três espaços diferentes. O primeiro é uma cozinha, onde são preparados alimentos. O segundo é uma praça na Zona Oeste de São Paulo, com integrantes do projeto Ação de Rua se encontrando para organizar a distribuição desses alimentos. E o último ambiente, onde acontece a partilha da comida, é a praça Marechal Deodoro, no Centro de São Paulo. Nessa parte final, depoimentos das pessoas beneficiadas pela ação são trazidos. A série Espaço Sonoro estÔ disponível no Spotify e no canal do YouTube Monalisa Filmes. Louis Robin é formado em RÔdio e TV pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA - USP). Iniciou a carreira na RÔdio Cultura, emissora da Fundação Padre Anchieta, e passou por diversas emissoras radiofÓnicas francesas, como a France Internationale, a France Musique e a France Culture, pertencentes ao grupo Maison de La Radio. Tem experiência com captação de som para cinema e é influenciado por essa vivência na criação de suas obras sonoras. O episódio aqui apresentado foi realizado para as rÔdios Cultura FM e Cultura Brasil, da Fundação Padre Anchieta.



Farsa (2013), de Isabel Carneiro

Duração: 02'00"


A artista passou 32 dias consecutivos gravando duas frases ao acordar: ā€œHoje eu acordei feliz. Tudo faz sentidoā€, num jogo irĆ“nico com as propostas de autoajuda e tĆ©cnicas meditativas em voga atualmente. ā€œĆ‰ um estabelecimento forƧado, uma prĆ”tica forjadaā€, comenta a autora. Com o auxĆ­lio da bolsa PDSE da CAPES, Isabel Carneiro realizou parte de sua pesquisa de doutorado na Universidade de Paris 1-Sorbonne entre 2013 e 2014, onde expandiu a noção entre visualidades e sonoridades atravĆ©s da forma-partitura. Ela pesquisa o conceito de colagem como forma na mĆŗsica, na pintura e no vĆ­deo. Em 2022, participou da Ativação 01PN10 no Centro Municipal de Arte HĆ©lio Oiticica, da 1ĀŖ Mostra Nacional de Videoarte Decult/UERJ ā€œCorpo e memóriaā€ e da Montação Ahryunada na Galeria Triplex. Em 2019, realizou a exposição PoĆ©tica entre mulheres no Centro Cultural JustiƧa Federal e participou do 5Āŗ Festival Internacional de Artes Feministas de La Ciudad de MĆ©xico. Seus trabalhos tambĆ©m integraram as exposiƧƵes Histórias fora da ordem (Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro, 2017), Double Mounth (Galeria CĆ¢ndido Portinari, na UERJ, 2012) e Oficinas do Convento (Montemor-o-Novo, Portugal, 2014).



Forgotten Loops' Sketchbook (2023), de Roberto D'Ugo Junior

Duração: 17'12"


A vida Ć© um belo glitch. Um ensaio rĆ­tmico sobre nossas falhas e imperfeiƧƵes. Uma lista infinita de pequenos erros e esquecimentos que se agitam e se adensam na mente do poeta, um artista sonoro. Anti-resoluƧƵes beckettianas que emergem como uma ladainha durante breve meditação sobre a vida cotidiana. Poema do autor, apresentado por meio de uma superposição de linhas vocais constituĆ­das de loops com diferentes enquadramentos psicológicos do texto. Simultaneidades. A irregularidade dos loops utilizados na peƧa, fruto de gestos sĆŗbitos de improvisação sobre o material gravado, resulta em uma aproximação com a precariedade tĆ©cnica do sillon fermĆ©, do sulco-fechado inscrito em velhos discos de acetato. Cortes e sobreposiƧƵes animam padrƵes resultantes. A peƧa Ć© formada por trĆŖs momentos: partes 1 e 3, rĆ”pidas e essencialmente rĆ­tmicas. Parte 2, mais ampla, lenta e cumulativa, semi discursiva, pontuada por hesitaƧƵes e chiados. Voz: Anna Carl Lucchese. Roberto D'Ugo Ć© artista-pesquisador dedicado Ć  radioarte. Suas obras exploram interfaces entre tĆ©cnica, magia e arte. A partir de uma escuta poĆ©tico-documental do cotidiano, desenvolve uma investigação estĆ©tica que dialoga com o surrealismo e o minimalismo musical. A repetição ritualĆ­stica de resĆ­duos de falas e fragmentos de paisagens sonoras Ć© uma caraterĆ­stica de seu trabalho. Algumas de suas peƧas foram veiculadas em rĆ”dios como CHIGIANAradioarte (Siena - ItĆ”lia), Radiophrenia (Glasgow - Escócia), Datscha Radio (Berlim - Alemanha), Radio CASo (Buenos Ayres - Argentina), Radio Sur Aural (Santa Cruz – BolĆ­via), Radio Tsonami (ValparaĆ­so – Chile), RĆ”dio Cultura FM (SĆ£o Paulo) e RĆ”dio UFMG Educativa (Belo Horizonte). Ɖ doutor em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e foi coordenador da programação e produção da RĆ”dio Cultura FM de SĆ£o Paulo. Ɖ professor de rĆ”dio e mĆ­dias sonoras na Faculdade CĆ”sper LĆ­bero e membro fundador do Petit ComitĆ©, coletivo de arte mĆ­dia.



A grande habilidade parece bisonha (2019), de Reuben Da Rocha

Duração: 01'48"


Composição fonética que pode ser descrita como uma peça de canto coral estereofÓnico. Integra o Ôlbum REUBEN!?, lançado digitalmente em 2019. O título é uma citação do Dao De Jing (Tao Te Ching), poema clÔssico chinês atribuído ao imortal Laozi. Reuben da Rocha é artista vocal, poeta sonoro, músico improvisador, escritor e performer. Publicou livros de poemas, ficções e ensaios e coordenou trabalhos cênicos coletivos de natureza multimídia e interdisciplinar. Integra atualmente o duo de improvisação livre BLOIKO, com o músico Igor Souza.



17h


Charaboncitos (2023), de Ɖpica Uruguaya sobre texto de Julio C. da Rosa

Duração: 09'00"


Ɖpica Uruguaya Ć© um projeto de ambientação sonora que dĆ” voz a textos narrativos uruguaios clĆ”ssicos e contemporĆ¢neos, desenvolvido por Hoski e RaĆŗl Garrido. Esta peƧa Ć© um Ć”udio-conto experimental em que se hibridizam ambientação sonora, gravaƧƵes de campo e a declamação de "Charaboncitos", conto homĆ“nimo de Julio C. da Rosa. Ela faz parte do Ć”lbum Buscabichos (2023), no qual sĆ£o adaptadas diferentes histórias do livro homĆ“nimo de Da Rosa (MontevidĆ©u: Banda Oriental, 1970). Ā«Buscabichos o el encuentro de lo extraƱo. Un niƱo que abre sus ojos al mundo; un adulto citadino, canario exiliado, que abre los de la memoria a un mundo infantil de provincias. El escenario rural se proyecta, con su flora, su fauna, sus habitantes y sus episodios. Con sus contradicciones. Pero salvaguardado siempre por la benevolencia de la mirada distante, por la extraƱeza de la mirada del niƱo recuperado, que nos revela el descubrimiento mismo de sus emociones. Buscabichos o la recreación exótica de lo perdido. Llanuras digitales, niƱos orientales colados entre los orientales autóctonos. Sapos, y grillos, y chicharras, y pĆ”jaros de Kaossilator, chirriantes en una app gratuita de celular, poblando su propio colchón artificial, su propia poĆ©tica regionalista en el artificio de la memoria. Las voces irrumpen en la arbitrariedad del mundo invocado. La mirada sigue buscando los bichos entre los pastizales. Con la misma extraƱeza. Con la misma poiesis alucinada de la infanciaĀ». Gravado e mixado entre junho e julho de 2020, atravĆ©s de correspondĆŖncia virtual Uruguai-Camboja. Vozes gravadas por Hoski em La Pajarera de Jacinto Vera, MontevidĆ©u. Ambientes digitais gravados por RaĆŗl Garrido em Battambang. GravaƧƵes de campo gravadas por RaĆŗl Garrido em Battambang, em 2020. A ambientação sonora inclui ainda ukule e processamento de som com aplicativos de celular e pedais. Mixado por Hoski. Masterizado por RaĆŗl Garrido no Tatami Registries, MontevidĆ©u, em abril de 2023.



Natural da Terra, de Felipe Ivanicska e SƩrgio Dias (2023)

Duração: 46'00"


A partir de histórias coletadas no Barreiro, sobre a natureza daquela região da cidade de Belo Horizonte, o multiartista Sérgio Diaz interpreta um chamado da mãe-terra que vem do alto da Serra do Rola-Moça e fala sobre preservação, vida e esperança. O episódio foi produzido dentro do projeto Paibola, viabilizado pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte. O Paibola foi criado por Gilson FubÔ, verdureiro, poeta e produtor cultural que reside e faz sua luta sócio-política no Barreiro hÔ décadas, e pelo podcaster Felipe Ivanicska, hÔ 10 anos pesquisador de Ôudio-documentÔrios. O projeto visa o uso do som como registro de memória e história oral da região do Barreiro.




18h


Porque até no lixão nasce flor (2022), com direção geral de Djane Assunção

Duração: 30'00"


O Ôudio-documentÔrio relata a formação do Parque Santa Cruz, situado na periferia de Goiânia. O bairro foi popularizado entre os anos de 1979 e 1980, por meio de invasões na Ôrea onde funcionava um lixão de posse do estado de GoiÔs. Em uma trajetória de luta e coragem, o bairro buscou subsistência e moradia nos anos 80 e 90, e enfrentou a convivência com a violência e o trÔfico de drogas nos anos 2000 e 2010. Agora, a comunidade busca superar os estereótipos que remetem ao passado do Parque Santa Cruz, fortalecendo as relações sociais por meio de instituições comunitÔrias. O projeto compõe a tese de doutorado de João Djane Assunção da Silva para o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de GoiÔs (UFG), sob orientação do Prof. Dr. Ricardo Pavan, e foi produzido coletivamente com crianças e adolescentes assistidos pela Associação Polivalente São José (APSJ).



It 3 e 44 (2009), de Loop B

Duração: 3'44"


PeƧa inspirada na composição 4'33 de John Cage, a famosa e emblemĆ”tica composição na qual um pianista fica em silĆŖncio por exatos 4 minutos e 33 segundos. Loop B criou a peƧa em 2009 para a 7ĀŖ Bienal do Mercosul, a convite da curadora Lenora de Barros, responsĆ”vel pela RĆ”dio Visual da Bienal. Todo o material sonoro da obra Ć© formado por samples de mĆŗsicas e de entrevistas de John Cage. A obra tem exatos 3'44, invertendo, portanto, a duração da mĆŗsica original, e se chama ā€œItā€ porque o próprio Cage, em entrevistas, referia-se ao seu trabalho como "coisa". Loop B Ć© mĆŗsico e compositor. Considerado um pioneiro da mĆŗsica eletrĆ“nica no Brasil, atua desde os anos 70 e teve seu primeiro Ć”lbum lanƧado em 1992. TambĆ©m Ć© percussionista e trabalha com sucatas e objetos, mas nĆ£o constrói instrumentos: seu desafio Ć© descobrir as possibilidades sonoras que o objeto pode oferecer.



Poética sonora antropofÔgica: paisagem eletroacústica para voz, sampler e sintetizador (2021), de Laufe Cristiano Leite Bitencourt

Duração: 04'20"


Performance sonora/cênica de releituras da poesia de Oswald de Andrade e Mario de Andrade. Homenagem ao centenÔrio da Semana de Arte Moderna, a peça sonora traz releituras dos poemas Alerta, de Oswald de Andrade, e trechos de Ode ao Burguês, de Mario de Andrade. Neste projeto, o músico, compositor e produtor musical Laufe Bitencourt propõe a sonoridade como manifesto artístico, político, técnico e estético. Ele utilizou da experimentação e improviso na construção de paisagens eletroacústicas, urbanas e atemporais, por meio de sintetizador, samples, sonoplastia, voz e efeitos sonoros. Expressa e revisita, assim, a resistência da memória cultural e da contracultura combativa e criativa na arte.



and any idea how hard she can get (2012), de Silvia Ocougne e Mia Frimmer

Duração: 05'36"


Silvia Ocougne, compositora e violinista no campo da música contemporânea, experimental e improvisada, une-se à escritora e produtora de peças de rÔdio, Mia Frimmer. Nessa obra, a arte sonora encontra poesia.



Ɓria telefƓnica (2014), de Henrique Vaz

Duração: 11'43"


Ɓria para duas vozes e dez celulares em regime de retroalimentação de chamada. O princĆ­pio de feedback foi aplicado em uma teleconferĆŖncia entre dez aparelhos celulares em modo alto-falante. A voz (mastigaƧƵes, ofegĆ¢ncias, inspiração e expiração, suspiro, assovio, "bocca chiusa", "Sprechstimme", falsete, estalos de boca, tosse, trĆŖmulo de mandĆ­bula, sĆ­labas assĆŖmicas, guturalismos, glossolalia e narração) opera enquanto impulso amalgamado Ć  ciclicidade, aos laƧos de recursividade e contingĆŖncia do sistema, resultando num "corpo hĆ­brido". NĆ£o hĆ” amplificação para alĆ©m dos alto-falantes dos celulares gravados com transdutores capacitivos de manufatura própria. Henrique Vaz Ć© professor substituto de composição e mĆŗsica e tecnologia do Departamento de MĆŗsica do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Escreveu os livros Ensaios {AlgorĆ­tmicos} e CrĆ“nicas {AlgorĆ­tmicas} (Estranhas OcupaƧƵes, 2023). Ɖ diretor musical do Movimento BaĆ­a Vive, do Laboratório de Imagem e Criação em DanƧa (LICRID) da UFRJ. TambĆ©m integra o Coletivo DifluĆŖncia, associado Ć s graduaƧƵes do IAD/UFJF, e Ć© colaborador da Camerata JF e do Coral da UFJF.




19h


Que palavras saem (2022), de Amirar Nobre

Duração: 01'18"


Poesia autoral que sai por entre as frestas das tarefas comuns do dia a dia. Os questionamentos sobre o vocabulÔrio, nossa língua, suas possibilidades e limitações estão presentes. Amirar Nobre é capoeirista nascido no CearÔ e atualmente vive na Paraíba, onde cursa Ciências Sociais na UFPB. Dentre os saraus de rua dos quais participou, foi no Sarau Vai Dar Certo, na periferia do Pici, em Fortaleza, que ele iniciou o desenvolvimento de um pensar as palavras e os sons e as pessoas em relação.



TrĆŖs Pontes (2023), de Sulamita

Duração: 01'14"


Um casal de Saracuras Três Pontes entoa suas falas e danças na beira de um rio antigo manilhado e fora de curso. Transformado em vala e esgoto, o rio estÔ restrito a viver embaixo da Terceira Ponte, que une duas cidades através de concreto, ferro e mar. O casal de Três Pontes conta, nesta obra, como é a situação. Sulamita é artista e bióloga. Trabalha com xilogravura, videoarte, artes sonoras e escrita. Produziu dois livros infantis sobre os sapos Adelphobates galactonotus, com xilogravuras, desenhos e escritas autorais. Atualmente, trabalha na direção de audiovisual (som) do projeto Ma'enduara e estÔ em Residência Artística no selo Música Insólita na produção de seu primeiro disco. Faz parte do projeto Escrita em Artes e do Grupo de Experimentação Sonora da UFES.



Radiador (2013), de Juan Angel Italiano

Duração: 01'43"


Leitura livre sobre o poema ā€œRadiador - Poema sin obstĆ”culos de trĆ”nsito ligeroā€, de Alfredo Mario Ferreiro, publicado no livro El hombre que se comió un autobĆŗs, poemas con olor a nafta (ed. Cruz del Sur, 1927). Recriação sonora da imaginĆ”ria futurista de uma cidade moderna. O autor, Juan Ɓngel Italiano (MontevidĆ©u, 1965 – radicado em Maldonado desde 1993), desenvolve produção e pesquisa da linguagem poĆ©tica nos diversos suportes que adota para sua expressĆ£o: poesia sonora, videopoesia, poesia visual, poesia digital, poesia verbal, performance e suas possĆ­veis interseƧƵes.



Rƭo (2023), de Fernando PinzƔs Ramos

Duração: 04'26"


Peça sonora realizada na oficina de som experimental Contenido Invisible, dirigida pelo compositor Diego Faucheux em fevereiro de 2023. Como parte da oficina, os participantes viajaram para o centro da cidade de Lima, no Peru, para fazer gravações de campo e, a partir desses registros, criar uma composição. A jornada foi marcada por fortes protestos contra o governo repressivo de Dina Boluarte, que nessa ocasião mandou um número incomum de policiais. Esta obra capta o som do distrito de Rímac, as texturas industriais das grÔficas do centro e as vozes dos manifestantes como um "rio", um fluxo indetenível que pode destruir tudo em seu caminho. As gravações passaram por intervenções com efeitos do aplicativo Reaper. Além disso, foram processadas por um sintetizador Microbrute e um sequenciador Beatstep Pro. Fernando PinzÔs Ramos (Lima, 1987) é músico, jornalista, investigador musical e docente universitÔrio, mestre em História pela PUCP. Atualmente, trabalha como chefe de prÔticas da Oficina de Áudio da Universidade de Lima e prepara um disco de seu projeto musical, Ballet MecÔnico. Também é seletor de vinis em festas underground, com obsessão especial por Hi-NRG, italo-disco e discursos políticos.



RƔdio LelƩ (2022), de Rabay, UD + UPA

Duração: 46'24"


Obra criada por pacientes de hospitais psiquiĆ”tricos pĆŗblicos, gravada ao vivo a partir de dinĆ¢micas de improvisação coletiva, utilizando um pedal de loop BOSS RC-30, somadas a registros de aƧƵes de midiativismo (rĆ”dio, vĆ­deo, etc). O material nasce de um projeto de intervenƧƵes nos hospitais que durou cerca de trĆŖs anos, embasado pelo campo da educomunicação, visando a denĆŗncia de realidades manicomiais ainda presentes e a circulação das criaƧƵes de pessoas em vulnerabilidade psicossocial. AlĆ©m das criaƧƵes sonoras, o material contĆ©m trechos do processo de produção de um programa de rĆ”dio que era gravado dentro de uma instituição. Os autores da obra se encontravam institucionalizados: privados de uma sĆ©rie de direitos, entre eles o direito de ir e vir. Algumas dessas pessoas "residiam" na instituição hĆ” dĆ©cadas, tendo sua autonomia cerceada, "vivendo" em grandes alas hospitalares e dormindo em camas metĆ”licas, sem direito a qualquer individualidade. No ano de 2019, o Relatório de Inspeção Nacional dos Hospitais PsiquiĆ”tricos no Brasil apontou que essas instituiƧƵes violavam os direitos humanos e praticavam abusos constantes contra seus pacientes. A obra foi produzida por Rabay, mestre em Artes, Urbanidades e Sustentabilidade pela Universidade Federal de SĆ£o JoĆ£o del-Rei (UFSJ), pela UD - Unidade de Dependentes QuĆ­micos e pela UPA - Unidade de Psicóticos Agudos (terminologia utilizada internamente pelas instituiƧƵes). A escolha pelas siglas "UD + UPAā€ foi uma estratĆ©gia para ressaltar a forma como os autores sĆ£o categorizados internamente pelos hospitais psiquiĆ”tricos, documentando o aspecto homogeneizante das instituiƧƵes, que agrupam as pessoas baseadas nos seus diagnósticos, em grande escala, de maneira impessoal. Esse trabalho foi criado em parceria com Airton, Ulisses, Adriano, Antonio, Wellington, Laudete, Andreza, Teresa, Luciene, Vitória, Lucimara, Rafael, Regina, Mara, Salete, Bruna, Lucinei, Elizabete, Elizangela, Cristiana, Luis Carlos, Francisco, Patrick, Renato, ƍtalo, Rodrigo, CĆ­cero, Deivison, Nilson, Valdecir, Noemi, Julia , Daniel, Adair, MĆ”rcia, Maria, AfrĆ¢nio, Verinha, Anderson, Hugo, Julio, FlĆ”vio, CĆ­ntia, Anderson, Priscila, Otto, Fagner, Paulo, Daniel, Antonino, Santo NoĆ©, Sidnei, Elza, Renata, Cristina, Donizetti, Fabiano, ZĆ©, Wilson, Pirata, Julio CĆ©sar, JoĆ£o, Clóvis, Suzana, Raila, MaitĆŖ, Ercina, AntĆ“nio, Natalino, Osmar, Ricardo, JosĆ©, Cleuza e muitas e muitos mais, direta ou indiretamente.




20h


Programa ArruaƧa - Peixe Voador (2021), de Marcia Rezende e Cecilia Assy

Duração: 58'05"


Peixe voador quer descobrir o que tem nos rios além de Ôgua. Ouviu dizer que a Ôgua é viva e vai zarpar querendo ouvir que história é essa. Esta obra conta com entrevistas-histórias de Bruna Florie e Chica Andarilha, diretamente de Triunfo (PE), com o rio Pajeú, Lorena Melo, Dona Mariazinha e Estelita Ribeiro, de Juazeiro (BA), com o rio São Francisco, Mayara Ferreira, de Recife (PE), com os rios Capibaribe e Beberibe, e Danilo Minharro, de São Paulo (SP), e com os rios enterrados. Além disso, conta com a participação especial do engenheiro naval Luiz Alberto, nas correspondências entre o rio São Francisco e o rio Paraguai. Marcia Rezende trabalha com captação de som, produção e edição de programas de rÔdio e é arte educadora. Nesta peça, fez produção, entrevistas e edição. Cecília Assy de Assis é realizadora audiovisual e atua principalmente nas Ôreas de roteiro, direção e assistência de direção. Fez pesquisa, produção, roteiro e locução.




21h


Sonhos PandĆŖmicos (2022), de Juliana R.

Duração: 23'53"


De que são feitos os nossos sonhos durante uma pandemia? A obraé uma uma colagem de depoimentos feitos durante o isolamento, um estudo sobre a fala e as imagens em comum que emergem nas narrativas. A peça foi transmitida pela Radio Art Zone, de Luxemburgo, e conta com a colaboração de Ana Cristina Joaquim, Bruno Risas, Marina Consiglio, Fabi Faleiros, Carla Boregas, Bruno Mendonça, Anelena Toku, Augusto Coaracy, Flora Dias, André Cabette, Vanessa Nicolav e Rafael Abreu. Juliana R. é artista sonora e música nascida em Sorocaba-SP, Brasil. Seu trabalho baseia-se em investigações sobre as formas de ouvir, falar e cantar, utilizando performance ao vivo e prÔticas colaborativas como processo criativo. Experimenta formatos, em que improvisa com elementos e limitações pré-determinados, geralmente utilizando sintetizadores, fitas K7 e vozes. Seu último trabalho foi a caminhada performativa Você pode imaginar?, realizada em Munique em parceria com a artista alemã Frauke Zabel, que reuniu uma incursão sonora por habitats artificiais de palmeiras a partir de um estudo histórico, da classificação botânica e do cultivo.



Little Freak Suite (2023), de Marco PinagƩ

Duração: 05'00"


Conjunto de sons pré-gravados e tratados em computador. A obra aborda interrupções e interferências de sonoridades sobrepostas. Os sons foram gravados ou captados pensando na forma geral a partir da colagem musical. As temÔticas escolhidas vão desde alienação e protesto contra o governo passado até projeção de falas urgentes para a desconstrução de um modelo tradicional de comportamento artístico e social. Natural de Fortaleza-CE, Marco Pinagé é formado em composição pela Universidade Estadual do CearÔ (UECE) e mestrando na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Atua constantemente na música experimental produzida no Nordeste e tem trabalhos artísticos em parceria com músicos de Fortaleza-CE, João Pessoa-PB, Recife-PE e Salvador-BA.



O Retrato (2019), de Rui Ourique e Julio Cesar Pereira Carvalho

Duração: 05'53"


O texto foi escrito por Rui Ourique em 1980. Em 2019, Julio Cesar Pereira Carvalho fez uma adaptação da obra. A peça conta a história de um homem que assassina o amigo para roubar seus bens. No entanto, o assassino, Thomas, possui um retrato da vítima em sua casa, que o atormenta dia e noite. Rui Ourique faleceu em junho de 2001, com 63 anos. Tinha formação em teatro amador e trabalhava como funcionÔrio administrativo na Universidade Estadual Paulista (UNESP), na cidade de Botucatu-SP. Autor de obras literÔrias como AtrÔs do Cometa, Dias de Céu Nublado, A Última Geração, O Levithan e Sheila Anjo e DemÓnio. A partir de 1974, esteve nos palcos com grupos teatrais como Taenca, GATA, Tabo, Teatro Gino Carbonari e Octopus. Julio César Pereira Carvalho (1969) é escritor de peças teatrais, agente cultural e músico. Atualmente, é discente de audiovisual na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Estudou música no curso livre da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), fundou sua própria companhia de teatro e, ao longo de 20 anos, atuou em projetos sociais junto a comunidades, ao Movimento Hip-Hop e órgãos governamentais nas Ôreas da assistência social, cultura e turismo.



O tempo do raio (2023), de Isabel Nogueira

Duração: 13'19"


Poema sonoro produzido a partir da ideia de paisagem afetiva, de mapa de sensibilidades e da metodologia do encantamento (Nogueira, 2020). A obra foi criada e produzida por Isabel Nogueira entre agosto e setembro de 2023, especialmente para o Festival Irradia, e masterizada por Luciano Zanatta. Esta peƧa tem como base a voz da autora gravada e a manipulação de sintetizadores virtuais, processados por efeitos de reverb, delay e overdrive. "Era vez, era voz, era tempo de raio e tempestade; era vez, era voz, era tempo de raio e furacĆ£o" Ć© o poema que encerra a obra, em uma homenagem Ć  IansĆ£. Isabel Nogueira (Bel_Medula) Ć© compositora e produtora musical. Produz canƧƵes eletrĆ“nicas experimentais usando voz e sintetizadores, com foco na improvisação. LanƧou diversos Ć”lbuns de mĆŗsica experimental por selos do Brasil, ItĆ”lia, Peru e Estados Unidos, e os Ć”lbuns de canƧƵes eletrĆ“nicas PeleOsso (2019), Luna (2020), Semente (2021) e Abala Ladaia (2022). Ɖ especialista em escuta profunda pelo Deep Listening Institut e desenvolve workshops sobre este tema no Brasil e no exterior. Ɖ mentora de processos criativos em produção musical, professora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e coordenadora do Grupo de Pesquisa SĆ“nicas: gĆŖnero, corpo e mĆŗsica. Participou de festivais como Kinobeat, MĆŗsica Estranha, FIME, Morrostock e Novas FrequĆŖncias (Brasil), Electric Medway (UK), Femnoise (Espanha) e Topia (Berlim). Em 2022 organizou e publicou, pela editora Routledge, o livro The Body and Sound, Music and Performance, em parceria com a artista sonora irlandesa Linda O Keeffe.



O o murmura o O (2023), de daniel minchoni

Duração: 01'30"


O o murmura o O, O Ć“ murmura o Ɠ, O ó murmura o Ɣ, ó. Daniel Minchoni Ć© artista da fala. Fundou o Poesia Esporte Clube e Jovens Escribas (RN) e Sarau do Burro, BurruĆ­do, Selo do Burro, Nolombo e Nolombinho, Cabaret Revoltaire, Menor Slam do Mundo, Slam do Corpo e Phala'cia, NĆŗchleo Phermanenthe de Phesquisa em Pherphormance e Phala PhoĆ©thica. Escreveu os livros Escolha o TĆ­tulo (2006), Iapois Poisia, Ouvivendo e Carnevais (2013), Ex-porro, Poema Sugo (2014) e RosĆ”rio de Boatos ou Trancelim de Outros (2016). Seu livro mais novo Ć© Phala'cia (2022).



CaƧando (2020), de Levi S. Porto

Duração: 05'09"


Um homem ruma ao matagal atrĆ”s de sua presa. O que ele nĆ£o sabe Ć© que, entre as folhagens, algo tem mais fome do que ele. Levi Porto Ć© mestrando em Artes e graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do CearĆ” (UFC) . Foi aluno da Casa Amarela EusĆ©lio Oliveira nos cursos de Fotografia e Cinema e VĆ­deo, alĆ©m de ter estudado Design na Opa! Escola de Design. Ɖ formado pela Escola de Artes e OfĆ­cios no curso de História e Apreciação das Artes, alĆ©m de ter passado por diversos cursos livres oferecidos pelo Mauc, MIS, Bece, Vila das Artes, Cuca, Arte Urgente e outros. Como escritor, transita entre a poesia e a contação de histórias, sendo fĆ£ de literatura fantĆ”stica e ficção cientĆ­fica. Escreveu zines, ebooks e os livros Chinchila (2019), Histórias pra Gente Entocada (2020) e Ninho de PĆ”ssaro (2021). TambĆ©m organizou o zine-coletĆ¢nea Na Toca (2020-2021). Suas histórias podem ser lidas, vistas e escutadas em www.levisporto.com.




22h


tem uva (2023), de Ayrton Pessoa Bob

Duração: 07'09"


Paisagem com Ôudios gravados na feira do Jangurussu (Fortaleza-CE) e camadas de sintetizador, piano e percussões. A peça fez parte da instalação OUVIR-O-PESO, que integrou a exposição brasileira Acreditamos nas Esquinas, na Quadrienal de Praga, 2023. Ayrton Pessoa Bob é compositor e artista sonoro. Colabora com artistas em ambientes criativos no diÔlogo da música com outros meios, linguagens e tecnologias. Investiga aspectos sonoros elementares na interação com corpo, espaço, narrativas, imagens e cena. Tem diversos Ôlbuns lançados e participa de shows e gravações como instrumentista e produtor. HÔ quinze anos trabalha com projetos sonoros para espetÔculos e instalações de arte.



sSssSopro (2023), de Arthur Versiani

Duração: 05'00"


A obra comeƧou do interesse de Arthur Versiani pelo som de ar das flautas. A partir disso, ele experimentou recitar e explorar a sonoridade de algumas palavras com a letra "s". Dessa prĆ”tica, surgiu um poema, resultante da exploração sonora, da imersĆ£o nos mais diversos tipos de sopros e suas emissƵes. sSssSopro mescla sons produzidos em flautas com os sons de voz do autor, construindo um ser sonoro aerado, texturas contrastantes e acumulaƧƵes de camadas. Arthur Versiani Ć© pianista, compositor, pesquisador e improvisador de Belo Horizonte. Ɖ aluno de composição da Escola de MĆŗsica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e de piano na Fundação de Educação ArtĆ­stica. Participou de festivais de mĆŗsica como o FEMUSC, o Festival de Inverno da UFMG e a Semana de MĆŗsica de CĆ¢mara da FEA-BH. Como pianista, tem interesse principalmente na mĆŗsica dos sĆ©culos XX e XXI. Participa do grupo CACO de improvisação livre.



Evasive Space (2023), de Meta Golova: Lena Kilina & Carlos Issa

Duração: 08'43"


Esse trabalho é parte da pesquisa de doutorado de Lena Kilina sobre o Parque do Minhocão, em São Paulo, e é uma criação do duo artístico Meta Golova, formado por Lena e Carlos Issa. O Minhocão é uma nova experiência de ocupação urbana, por isso desperta um forte sentimento de pertencimento e engajamento, também no seu aspecto polêmico e ambíguo. Temos medo de pertencer ao espaço de uma forma diferente? Não hÔ proteção nem salvação desta rotina cotidiana, desta cumplicidade em tudo. Sempre e em todo lugar nos comunicamos com um espaço e com todos os medos um lugar nos atrai para o seu jogo. O duo Meta Golova combina poesia revolucionÔria e música eletrÓnica para ampliar o poder do corpo que luta contra a sociedade que escolheu a moral da guerra e a acumulação capitalista. Sem estilo e sem demanda, o Meta Golova gera canções experimentais que escavam a noite abstrata e o dia industrial para liberar a celebração do sonho e da potência de transformação. O oriente e o ocidente dialogam no encontro dos artistas Carlos Issa, brasileiro, nascido em São Paulo, e Lena Kilina, russa, originÔria da Sibéria, que escolhem a música e o transe sonoro para derrubar as polaridades mentais e geopolíticas de um planeta que segue sua evolução infinita.



Satellite Symphony 1 (1997), de Peterson Ruiz

Duração: 16'00"


PeƧa realizada a partir de captação de sons radiofĆ“nicos, que integra o projeto/Ć”lbum Radiomysterio (2003). Na infĆ¢ncia e adolescĆŖncia do artista sonoro e visual, o hĆ”bito de ouvir rĆ”dio sempre esteve presente e foi uma fonte poderosa de experiĆŖncias sonoras e afetivas. Para alĆ©m do prazer em ouvir os hits que marcaram esse tempo, houve sempre o mistĆ©rio dos ruĆ­dos radiofĆ“nicos. As interferĆŖncias, chiados, sobreposiƧƵes, idiomas de paĆ­ses distantes, canƧƵes regionalistas, exaltaƧƵes religiosas, e muitos outros sons misturam-se livremente nas profundezas do dial. Entre uma estação e outra, propagando-se pelo Ć©ter, estava a sonoridade cacofĆ“nica e singular das ondas do rĆ”dio. Radiomysterio Ć© um Ć”lbum inspirado pelos ecos dessa transfonia mĆ”gica. Com sons capturados em 1997, Satellitte Symphony I e Satellitte Symphony II apresentam uma estrutura musical misteriosa, transmitida continuamente durante algumas noites em uma faixa de sintonia imprecisa e nunca mais encontrada posteriormente. As gravaƧƵes nĆ£o passaram por nenhum tipo de mixagem, em favor da pureza dos ruĆ­dos originais. ā€œMinha sugestĆ£o de audição Ć© que se ouƧa Radiomysterio solitariamente, Ć  noite e no escuro, para uma experiĆŖncia mais profundaā€ indica o artista, nascido e residente em Sorocaba desde 1968.



RĆ”dio ZAP – Experimentos Sonoros (2023), com coordenação de Nivaldo Godoy Jr.

Duração: 18'40"


A obra é o resultado de um laboratório e oficina livre colaborativa integrante do Programa de Ação Cultural (ProAC), de São Paulo. O processo criativo partiu da interação escolha de artistas da música e da performance para interagirem em um grupo do aplicativo WhatsApp, por meio da troca de mensagens sonoras. Os Ôudios, capturados a partir de gravações caseiras, vozes, instrumentos e registros sonoros de campo, foram transformados em composições individuais que refletem a diversidade e a riqueza cultural da região metropolitana, oferecendo ao público uma experiência sonora imersiva. O projeto foi coordenado pelo arquiteto e artista sonoro, Nivaldo Godoy Júnior, e tem participação de Ana Eliza Colomar, Dikitnet, Dovglass, Estevan Sinkovitz, Gigi Magno, Juliano Gentile, Kali, Leonardo Gonzales, Lucas Brandão, Lucas Novaes, Marcos Lopes, Rafael Cab e Viviane Barbosa. Nivaldo Godoy Jr. (1978, São Paulo-SP) desenvolve pesquisas de cruzamentos da linguagem arquitetÓnica com outras artes, especialmente o audiovisual, organizando dados e fragmentos em mapografias expandidas. Iniciou sua pesquisa artística em 2005, integrando a equipe do FILE - Festival Internacional de Linguagem EletrÓnica e recebendo uma bolsa do instituto suíço Sitterwerk Foundation, através do patrocínio da Kunstbibliothek. Recentemente, integrou coletivo de artistas no projeto São Paulo Sonora, desdobramento audiovisual de obras da professora da FAU-USP e artista Giselle Beiguelman, e foi selecionado como artista para a série documental Arte na Tecnologia, Canal Arte1.




23h


Fosse sorriso, dalinhareta (2021), de Felipe Neiva dos Santos

Duração: 03'50"


E se a linha reta ganhasse vida? E se ela se revelasse sinuosa e monstruosa? E se, numa inflexĆ£o, assumisse dobraduras e dentaduras? O que hĆ”, afinal, dentro dalinhareta? A obra Ć© uma criação de Felipe Neiva dos Santos, poeta, roteirista e mestre em Teoria LiterĆ”ria pela PUCRS, onde estudou o poeta Murilo Mendes e o surrealismo francĆŖs. Nascido e criado em Porto Alegre, hoje vive em Salvador. Ɖ idealizador, apresentador e roteirista do podcast Volteio (2021), de Ćŗnica temporada, financiada pelo PrĆŖmio Anselmo Serrat de Linguagens ArtĆ­sticas, da Prefeitura de Salvador.



#hash (2023), de daria baiocchi & ezio alessio gensini

Duração: 02'40"


Usamos hashtags para expressar sentimentos por meio de palavras-chave que muitas vezes sĆ£o a expressĆ£o de um mundo. #hash Ć© composta por sonoridades do vento e das paisagens sonoras da natureza e pela voz recitadora do poema Silent Words / Parole Silenziose, escrito por Ezio Alessio Gensini, em lĆ­ngua italiana. Este poema destaca a natureza e as relaƧƵes humanas atravĆ©s dos sentimentos humanos. A parte sonora tambĆ©m possui uma obra de arte que representa a partitura grĆ”fica do Ć”udio. Poesia: Ā« Silent words (#hash) #wind#cold#northwind#hot#healthy We look for the stars in the skyand we are not enchanted to observe those around us My tiredness will not prevent me from being close to you Even if you will never know it... because mine will be silent words... as I always did. Ā» Daria Baiocchi tem mestrado em piano, em composição clĆ”ssica e em mĆŗsica eletrĆ“nica. Formou-se em Literatura ClĆ”ssica pela Universidade de Bolonha, na ItĆ”lia. Ela tem recebido vĆ”rios prĆŖmios internacionais e suas composiƧƵes musicais tĆŖm sido tocadas em teatros e salas de concerto de todo o mundo e transmitidas por diversas estaƧƵes de rĆ”dio (Holland National, FranƧa, Portugal, Reino Unido, EUA etc). Suas obras em videoarte tambĆ©m ganharam seleção em exposiƧƵes em diversos paĆ­ses. Foi professora de Design de Som na Academia de Belas Artes de MilĆ£o, Turim e Veneza. Atualmente Ć© Professora CatedrĆ”tica de Harmonia e AnĆ”lise Musical no Conservatório Fermo. Daria Ć© diretora do Museu de Arte Sonora Online em Ascoli Piceno e, como voluntĆ”ria, Diretora ArtĆ­stica e palestrante do programa de rĆ”dio Classical Music and…, em estação FM na ItĆ”lia, apresentando novos intĆ©rpretes, compositores contemporĆ¢neos e designers e artistas de som. Ezio Alessio Genzini Ć© poeta e jornalista do Centro Nacional de Pesquisa Italiano, em FlorenƧa.



Boca (2023), de Mike Dutra e Ma Njanu

Duração: 02'04"


Boca é uma caixa de ruídos que chama sonoridades encantadas da floresta profunda. A produção é do músico, artista multidisciplinar e realizador audiovisual fortalezense Mike Dutra, e da poeta e artista visual Ma Njanu.



Fortaleza (2019), de Veronica Daniela Cerrotta

Duração: 19'02"


Nesta obra, os sons da cidade de Fortaleza conformam um trilha sonora narrada cronologicamente, segundo as caminhadas feitas durante a Residência Sala Vazia. Diferentes paisagens e situações se sucedem e se superpõem, criando imagens sonoras que estimulam uma escuta atenta e criativa. Artista sonora, musicista e compositora, Veronica Cerrota é graduada em Música pela Escuela de Música Juan Pedro Esnaola, na Argentina, com especialização em piano. Desde 2019, tem lançado seus trabalhos de gravações de campo e música experimental pelos selos Impulsive Habitat (Reino Unido, Portugal, Argentina), Green Field Recordings (Portugal), Música Insólita (Brasil), Pakapi Records e Sello Postal (Argentina). Como membro da banda a.hop, apresentou-se no Audiograft Festival e no Roam Festival (Reino Unido), no Museo del Estallido Social e na Radio Tsonami (Chile), Laussane Underground Film & Music Festival, Theater neben dem Turm (Alemanha) e no Klankhaven (Bélgica). Em julho de 2023, apresentou-se ao vivo na Bienal de Escuchar, em Buenos Aires, com o projeto Música e Paisagem. Participou dos festivais Pequenas Sessões (Belo Horizonte, 2022) e Novas Frequências (Rio de Janeiro, 2021). Em 2021 ganhou o terceiro prêmio do Concurso Internacional 60 Secondes Radio. Desde 2018, vive no interior de Rio de Janeiro, onde trabalha com gravação de campo, desenho e composição sonora. Recentemente, fez o desenho de som e a composição de música original para o curta-metragem Visões do Paraíso, da diretora Cristiana Miranda.



O Agro não é pop (2021), de Leandro Kemps Daniel Gonçalves

Duração: 01'00"


A obra de Leandro Kemps busca reproduzir através do som a destruição causada pelo agronegócio nas florestas brasileiras. O autor tem formação em Publicidade e Propaganda, com pós-graduação em Cinema. A peça foi produzida durante a disciplina de Produção Sonora, ministrada pelo prof. MÔrcio Câmara.



Dada post I (2020), de Fabio Manzione

Duração: 04'12"


O compositor, escritor e performer Fabio Manzione compĆ“s Dada post I em diĆ”logo com o curta-metragem homĆ“nimo do artista-visual argentino Paulo Ahumada Rovai, inspirado na paisagem sonora da cidade de SĆ£o Paulo no ano de 2020. O filme trabalha com recursos estĆ©ticos dadaĆ­stas como a ruptura com padrƵes artĆ­sticos tradicionais, a nĆ£o linearidade narrativa e o deslocamento estĆ©tico para e pela reinvenção de realidades menos obtusas. Baseada nisso, a peƧa de Fabio Manzione reitera as possibilidades de sonoridades acĆŗsticas comuns na rotina dos seres humanos servirem de mote para a composição musical: vozes faladas, violƵes acĆŗsticos e o som da fricção de um rodo em um piso de madeira aparecem de diferentes formas durante a peƧa. Nas sonoridades captadas foram inseridos efeitos texturais, distorƧƵes e inversƵes no intuito de potencializar as camadas imagĆ©ticas construĆ­das no filme e criar conexƵes entre som e imagem. A captação dos sons presentes na obra foi realizada pelo artista durante os meses de junho e julho de 2020. Fabio Manzione Ć© doutor em Processos de Criação Musical pela Universidade de SĆ£o Paulo (Brasil) e Mestre em Estudos de Jazz pela Universidade de Aveiro (Portugal). Faz parte de grupos de livre improvisação musical dentro e fora do Ć¢mbito acadĆŖmico, como Orquestra Errante, Ƒembo e Duo Cóz. Tem colaborado com projetos audiovisuais do grupo Dto6, de Córdoba, Argentina. Em 2016 publicou o livro de poesia concreta (sem tĆ­tulo) e concebeu as performances História de uma linha só (2017), Limit-aƧƵes (2019) e Como escutar uma bergamota (2021). A partir da pesquisa sobre processos de criação musical em tempo real e descolonizaƧƵes da escuta em MĆŗsica, realizou trĆŖs curta-metragens: PresenƧas (2019), Mais um dia (2020) com o contrabaixista Miguel Antar e Som Latente (2021) com a artista Marina Mapurunga. TambĆ©m Ć© co-fundador e artista residente do Jardim das MĆ”quinas, espaƧo artĆ­stico coletivo situado no bairro da Barra Funda em SĆ£o Paulo.



Garrafas (2015), de Pedro Albuquerque

Duração: 04'26"


As Garrafas funcionam como um nÔufrago; Como fazer esperar; alturas e os graves; o mar e as pedras; grande e pequenos mundos; nÔufrago; como na terceira margem do rio; vai e vem; e o menino fica esperando; nÔufrago; lançando garrafas; Jogando com a sorte; o nÔufrago funciona como garrafas. Pedro Albuquerque (1976) é doutorando na Escola de Música da UFRJ e atua tanto academicamente, com publicações em diversos periódicos e apresentações em congressos, quanto artisticamente, com trabalhos teóricos e prÔticos sobre Música, RÔdio Arte e Arte Sonora. Suas obras jÔ foram executadas na Radio Research Section of ECREA, Occupy with Art, MEC-FM do Rio de Janeiro, Cultura AM de Curitiba, Bienal de Artes de São Paulo (2012), no Echoes da stress.radio e na Berliner Kunstradio. Foi Artista Visitante no Estúdio de Som e Música da FEBF/UERJ (2012-2015). Sua tese trata de filosofia e música, sondando a escuta a partir de prÔticas sonoro-musicais.



cuando el fuego suena (2022), de Ana MarĆ­a Romano G

Duração: 19'03"


Obra criada em um momento em que diferentes situaƧƵes convergiam nos sonhos da artista: a pandemia, algo externo e incontrolĆ”vel; o contexto sociopolĆ­tico da ColĆ“mbia; e a menopausa, tambĆ©m incontrolĆ”vel e muito Ć­ntima, embora tambĆ©m com um componente social frente ao controle sobre os corpos das mulheres. O processo de composição dispĆ“s o corpo, a mente, o espĆ­rito, a existĆŖncia, a uma dimensĆ£o temporal que pode ser comparĆ”vel ao sonho, podendo aproximar-se da ruptura da necessidade produtiva e do vĆ­nculo com a crono-normatividade. No entanto, a atividade criativa acaba se se sujeitando Ć  crono-normatividade, entendendo-se o espaƧo da noite (do ā€œnĆ£oā€ trabalho) como o momento de fazer o que corre por fora do laboral, do lucrativo, do produtivo. Dessa forma, acabamos por subtraindo o tempo do sonho para navegar e construir nossos tempos internos, sem morrer na tentativa. Ana MarĆ­a Romano G Ć© compositora, artista sonora-interdisciplinar e improvisadora, atuando dentro e fora da ColĆ“mbia. O rĆ”dio acompanha a artista desde a infĆ¢ncia, sendo espaƧo de companhia, de descobrir novos mundos, de curiar terras desconhecidas. Suas obras sĆ£o lanƧadas em suportes fĆ­sicos e por netlabels nas AmĆ©ricas, Europa e Ɓsia. Entre numerosas realizaƧƵes, foi artista residente no Centro Mexicano de MĆŗsica e Artes Sonoras - CMMAS. Em 2019, foi indicada ao prĆŖmio Classical Next Award Innovation (Holanda) pelo seu trabalho com o Festival En Tiempo Real, que promove artistas mulheres e disidencias LBTQ+ no campo da criação sonora experimental com tecnologias. Atualmente Ć© professora da Universidad El Bosque e da Universidad de los Andes. Ɖ co-fundadora da plataforma Paisajistas Sonoras - AmĆ©rica Latina.




24h


Onde os oceanos se encontram (2023), de Anna Avelar

Duração: 01'43"


A obra foi criada para servir como trilha sonora da cena final do livro Um Espinho de Marfim e Outras Histórias, de Marina Colasanti. Nela, a música simboliza elementos como luto, arrependimento, amor e a profunda reflexão sobre as decisões que tomamos ao longo da vida. A trilha é espacializada para melhor imersão do ouvinte na cena. Anna Avelar estuda Som, Imagem e Movimento (SIM) na UFSB, e sua paixão reside na trilha sonora e na pesquisa envolvida nessa forma de expressão.


SuburbanaCo. apresenta: Fagia Remains - A DƩcima Morte de URO (2022/2023), de UirƔ dos Reis

Duração: 03'43"


A obra faz parte do Ć”lbum de mĆŗsica eletrĆ“nica instrumental Fagia Remains, lanƧado pelo selo argentino Pakapi Records e feito a partir de samples de percussĆ£o de samba, funk e idm techno. UirĆ” dos Reis sai da mĆŗsica mais abstrata para focar em composiƧƵes que exploram as raĆ­zes da mĆŗsica negra nesses ritmos e estilos, de uma forma muito pessoal, brincando com os timbres, modificando os sons por meio do uso de diversos efeitos, sobrepondo percussƵes e colocando-os de forma panorĆ¢mica, em busca de alguma organicidade e estranheza/beleza. Um trabalho de meses que Ć© resultado de dois anos de pesquisa. Desde 2020, UirĆ” investiga a composição baseada na percussĆ£o, elemento-chave deste trabalho, alĆ©m de sintetizadores antigos, textura sonora e mixagem. O artista dirige o selo de mĆŗsica para internet e literatura SuburbanaCo., produz eventos que misturam linguagens, sobretudo mĆŗsica, cinema e literatura. Desde 2000, desenvolve o projeto hĆ­brido URO de mĆŗsica eletrĆ“nica experimental, poesia e projeƧƵes/mapping, e integra a ADSR_, banda de mĆŗsica eletrĆ“nica improvisada, junto com Eric Barbosa, Henrique Gomes e ƍtalo Adler. CompƵe trilha sonora para teatro, cinema e espetĆ”culos de danƧa, tendo recebido, junto com Luiz Pretti, o prĆŖmio de melhor trilha sonora pelo filme Estrada para Ythaca, no Festival de Cinema Cine CearĆ” (2010).



Discontinuous Mediation III (2023), de Rodrigo Pascale

Duração: 05'53"


Terceira composição da série Discontinuous Mediation. Nesta, ao contrÔrio da primeira e da segunda composições, nas quais foram usados sons pré-gravados de violão e clarinete, o compositor Rodrigo Pascale utiliza sons de viola como material sonoro. Assim como nas duas composições anteriores, os sons foram organizados de forma segmentada, criando uma estrutura baseada no processo de composição do artista. Este método foi aplicado para explorar a ideia conceitual de um mundo perceptualmente contínuo sendo interpretado por uma mediação discreta. Rodrigo Pascale (Rio de janeiro, 1996) formou-se em composição pela UFRJ em 2018, e desde 2019 reside nos Estados Unidos, onde atualmente cursa DMA (Doctor of Musical Arts) em composição no Peabody Institute da John Hopkins University. Teve obras selecionadas para os festivais XXIX Panorama da Música Brasileira Atual, Mostra MUSLAB 2020, Festival Espacios Sonoros 2020, V Congresso Internacional de Música e MatemÔtica e Concerto EletrÓnico/Eletroacústico Tesselat. Pascale foi um dos vencedores do Concurso Internacional de Composição organizado pela Sound Silence Thought e vencedor do Festival Expresiones ContemporÔneas 2020.



Unisono (2020), de Colectivo Refluxus

Duração: 13'23"


Jogo sonoro inspirado na prÔtica surrealista The Exquisite Corpse, apresentado no Festival Sonar + | - realizado no Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (CCCB), em 2020. O jogo surrealista é uma pratica literÔria coletivo, criada por volta de 1925, na França. O método subverteu o discurso literÔrio convencional. The Exquisite Corpse tinha o objetivo de colocar palavras incomuns na mesma frase e usar a seguinte estrutura de frase: artigo, substantivo, adjetivo e verbo. Ele também agrega mais de um autor. Cada um intervém como deseja, porém, dobrando o papel para que os demais colaboradores não tenham conhecimento do que foi escrito. Para criar Unisino, três temas foram escolhidos para gravação sonora: Sons do Corpo; Paisagem Sonora sob isolamento; Sons da mídia de massa. A construção é semelhante ao Exquisite Corpse, jÔ que os integrantes do Colectivo Refluxus adicionaram os temas a cinco mãos, sem escutar a composição anterior. O resultado é um ensemble dos três temas em cinco coordenadas distintas, um panorama da paisagem sonora que circundava os artistas durante a pandemia de COVID19, revelando sensações corporais, o massacre midiÔtico e o entorno sonoro em isolamento. Coordenadas GPS Ebe Giovannini: 19°35'21.2"N 88°02'54.2"W (Mexico). Francesca Toro: 33°26'51.6"S 70°34'02.2"W (Chile). Javi Roka: 41°22'23.3"N 2°09'47.0"E (Espanha). Luis López: 36°59'17.3"N 6°31'59.8"W (Espanha). Malu Hatoum: 22°12'55.8"S 49°38'56.0"W (Brasil).



impossible landscape (2005-2023), de Ariane Stolfi

Duração: 30'23"


Recortes de uma obra experimental produzida durante vĆ”rios anos, por diferentes tĆ©cnicas, criando uma paisagem de um lugar impossĆ­vel. Ariane Stolfi Ć© arquiteta, designer, programadora, musicista e professora, e transita por vĆ”rias linguagens e disciplinas. Ɖ doutora em Sonologia pelo departamento de MĆŗsica da Universidade de SĆ£o Paulo (ECA-USP) e mestre em Arquitetura e Design (FAU-USP). Atualmente, pesquisa interfaces interativas em tecnologias web na Universidade Federal do Sul da Bahia. Foi pesquisadora visitante no Centre for Digital Music, da Queen Mary University of London, e participou de eventos como Festival de MĆŗsica Nova, DigitĆ”lia, SHA, Submidialogias, DIS Experimental, ĀæMĆŗsica?, Virada Cultural, Bigorna, Improvise!, Circuito de Improvisação Livre, Amostra Sonora, Ɓudio InsurgĆŖncia, Tecnoxamanismo, CMMR, Web Audio Conference, Audio Mostly, UbiMus e NIME.





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